Brasil avalia resposta a tarifas dos EUA, mas prioriza negociação

Lula orienta diplomacia a buscar acordo antes de medidas de retaliação

- Da Redação, com Notícias Agrícolas
11/02/2025 09h51 - Atualizado há 1 semana
Brasil avalia resposta a tarifas dos EUA, mas prioriza negociação
Foto: reprodução redes sociais

O governo brasileiro está analisando possíveis medidas para responder à ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio, mas a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é priorizar a negociação, segundo fontes do Palácio do Planalto.
 

No domingo (9), Trump afirmou a jornalistas que pretende sobretaxar esses produtos, o que afetaria diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá. Apesar da preocupação, o governo brasileiro prefere aguardar uma oficialização da medida antes de tomar qualquer decisão.
 

“A tradição da diplomacia brasileira é sempre primeiro negociar, e isso fecha com o que o presidente defende. A reciprocidade será adotada se nenhuma medida funcionar”, disse uma fonte do Planalto à Reuters, referindo-se à declaração anterior de Lula de que o Brasil responderia com medidas equivalentes caso a taxação fosse confirmada.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já havia sinalizado a postura do governo ao afirmar na semana passada: "Não cederemos à ansiedade do ritmo vertiginoso da mídia em tempo real e das redes sociais. Tampouco nos deixaremos levar pelo imediatismo na resposta aos desafios que se apresentem."
 

Embora a diplomacia seja a estratégia inicial, ministérios como o da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio já estudam possíveis medidas de retaliação que minimizem impactos para o Brasil. Entretanto, nenhuma ação concreta foi discutida diretamente com Lula até o momento.
 

Caso a Casa Branca oficialize a medida, Lula deve se reunir com ministros, incluindo Fernando Haddad (Fazenda), Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), para definir os próximos passos.
 

Alckmin, que também é vice-presidente, reforçou a postura cautelosa do governo ao lembrar que, em 2018, quando Trump impôs tarifas semelhantes, o Brasil conseguiu negociar uma cota anual de exportações sem sobretaxa. "Vamos esperar. Nossa posição é sempre uma de cooperação e parceria em benefício das nossas populações", afirmou.

 

 


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