As bolsas europeias encerraram em queda nesta terça-feira (31), depois da divulgação de dados elevados de inflação na zona do euro.
O índice Stoxx Europe 600 encerrou em queda de 0,38%, a 470,88 pontos. O FTSE 100, índice de referência da bolsa de Londres, recuou 0,40%, a 7.119,70 pontos, o DAX, de Frankfurt, caiu 0,33%, a 15.835,09 pontos, e o CAC 40, de Paris, cedeu 0,11%, a 6.680,18 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recuou 0,06%, a 26.009,29 pontos, e o Ibex 35, de Milão, caiu 0,24%, a 8.846,60 pontos.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro indicou inflação de 3,0% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando acima da expectativa dos economistas consultados pelo "Wall Street Journal", de alta de 2,7% no período, e da meta de 2% do Banco Central Europeu (BCE).
"A presidente do BCE, Christine Lagarde mencionou repetidamente que o BCE não agirá com base em uma inflação temporária. Os dados de hoje farão com que algumas pessoas suem frio, mas não dá muitas evidências de uma inflação estrutural mais alta", disse Bert Colijn, economista-chefe para a zona do euro do ING, em nota.
Uma questão que sobra é "se a reabertura do setor de serviços ainda causará saltos nos preços, como vimos com os cabeleireiros após a primeira onda. Estamos começando a ver alguma evidência disso nos restaurantes e hotéis, mas não ainda nos pacotes de viagens. Há alguma evidência de que isso se tornará mais proeminente mais para o fim do ano, então aguarde: a inflação ainda tem o potencial de subir mais", completa Colijn.
As ações das principais companhias aéreas da Europa fecharam em queda na sessão desta terça, após a União Europeia (UE) voltar com a recomendação para que seus 27 países membros restabeleçam restrições aos viajantes dos Estados Unidos em meio às taxas crescentes da pandemia de covid-19 no país nas últimas semanas.
Mais cedo, o diretor-presidente da Lufthansa, Carsten Sporh, declarou que a aérea alemã se prepara para mais um longo e frio inverno, puxado pela quarta onda da pandemia do novo coronavírus, elevando as preocupações para o setor no fim do ano. Os papéis da companhia recuaram 1,52% na bolsa de Frankfurt, no terceiro pregão seguido de queda, cotada a 8,49 euros. O volume de negócios somou 5,2 milhões de euros, o dobro do registrado ontem.
Já a IAG, controladora da British Airways, liderou as perdas encerrando o pregão com recuo de 2,54% na bolsa de Londres, negociada a 159,36 libras. O volume negociado totalizou 27,3 milhões de libras, acima dos 16,3 milhões de libras negociados ontem.
Na bolsa de Paris, a Air France reduziu as perdas e caiu 0,8%, a 3,94 euros, engatando o quinto pregão de baixa. O volume de negócios foi de 4,1 milhões de euros, superior aos 2,8 milhões negociados na véspera.
Também pesaram sobre os índices europeus os dados econômicos chineses mais fracos. O PMI industrial do país caiu para 50,1 pontos em agosto, de 50,4 pontos de julho. Foi a leitura mais baixa dos últimos 18 meses.
Com tais pressões, o setor de viagens e lazer fechou em retração de 0,68%, passando a operar em queda acentuada depois da divulgação dos dados de inflação. O setor bancário, de maior peso no Stoxx 600, encerrou em queda de 0,30%.
Das ações de destaque do dia estão os papéis da belga Galapagos, cujo avanço no dia foi de 7,23%. A empresa de biotecnologia anunciou, na noite de segunda-feira (30), a troca do comando da companhia, com a saída do presidente-executivo e cofundador Onno van de Stolp.