A agricultura pode capturar de 10% a 20% das emissões globais de CO2 e desempenhar um papel central no combate às mudanças climáticas e à pobreza. Essa foi a defesa feita por Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na sessão "Um novo trilema: clima, desenvolvimento e a classe média".
O ex-vice-presidente dos EUA Al Gore concordou com Tomazoni e destacou que avanços na medição do sequestro de carbono permitem novas abordagens para enfrentar as mudanças climáticas. “Se compensássemos os agricultores por isso, ajudaríamos na transição para um novo modelo de produção. Os eventos climáticos extremos estão tornando as fazendas mais vulneráveis”, afirmou.
Tomazoni citou dados do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad), que apontam que apenas 4% do investimento global em mudanças climáticas vai para sistemas alimentares, e os pequenos agricultores recebem apenas 1%. “Se apoiarmos a agricultura, podemos tirar milhões da pobreza e impulsionar o desenvolvimento econômico”, disse. Na JBS, 60% dos fornecedores são pequenos agricultores, e a empresa busca fornecer apoio financeiro e tecnológico para a agricultura regenerativa.
A sessão, mediada pela jornalista Haslinda Amin, da Bloomberg, também contou com a participação do economista Dani Rodrik, da Harvard Kennedy School, e de Teresa Ribera, vice-presidente da Comissão Europeia.