O Ministério Público Federal (MPF) recorreu da decisão judicial que arquivou a denúncia contra o blogueiro bolsonarista Allan dos Santos por suposta ameaça ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribuna Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
A ação foi impetrada depois que Santos publicou um vídeo no seu canal no YouTuber, em novembro passado, "desafiando" Barroso. No vídeo, intitulado "Barroso é um miliciano digital", ele diz: "Tira o digital, se você tem culhão! [...] De uma vez por todas, Barroso, vira homem! Tira a p* do digital e bota só terrorista pra você ver o que a gente faz com você."
Para a juíza Pollyanna Kelly Alves, no entanto, as falas eram apenas "impropérios e bravatas que não denotam a seriedade e a consistência da promessa, inapta, portanto, para incutir temor objetivo no destinatário".
No recurso, o MPF afirma que esses fundamentos não se sustentam, pois foi o próprio ministro quem pediu providências após o episódio. Além disso, diz que foram ultrapassados os limites da liberdade de expressão.
"Em meio à tensão política, qualquer instigação mais enérgica propagada por pessoas com grande influência na internet, como o caso de Allan dos Santos, serve de estímulo para que terceiros concretizem agressões sugeridas no discurso", sustenta a acusação.