Trump e suas políticas vão ter impactos diretos e indiretos na economia brasileira

Protecionismo e desglobalização trazem desafios para o Brasil em 2025

24/01/2025 09h44 - Atualizado há 6 dias

As políticas econômicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assumido no dia 20 de janeiro, prometem pressionar a economia brasileira com aumento de câmbio, juros altos e inflação. Segundo Juliana Inhasz, economista do Insper, medidas protecionistas e sanções comerciais dos EUA podem impactar diretamente a balança comercial do Brasil e dificultar a estabilidade econômica interna.

 

Entre os efeitos diretos, as sobretaxas em produtos importados pelos EUA podem reduzir as exportações brasileiras, mesmo com o real desvalorizado tornando os produtos nacionais mais competitivos. Indiretamente, as renúncias fiscais nos EUA, somadas a uma política inflacionária interna, podem atrair investidores internacionais, fortalecendo o dólar e aumentando a saída de recursos do Brasil.

 

Inhasz alerta para a possibilidade de inflação mais alta no Brasil, impulsionada pelo encarecimento de produtos importados e pela demanda aquecida, que resiste mesmo com a Selic elevada. A taxa de juros brasileira, atualmente sob pressão, pode permanecer alta ou até superar os 15% até o final do ano.

 

Apesar dos desafios, o Brasil pode tirar proveito de eventuais sanções aplicadas pelos EUA à China. Contudo, a economista ressalta que a baixa capacidade produtiva brasileira limita os ganhos: "O investimento no Brasil tem sido insuficiente para garantir sobras produtivas, o que reduz nossa capacidade de aproveitar oportunidades globais."

 

 

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