Com a posse do Brasil na presidência rotativa do BRICS na quarta-feira, 1º de janeiro de 2025, o bloco inicia uma nova fase marcada por uma expansão sem precedentes. Ao menos nove novos membros – Cuba, Bolívia, Indonésia, Bielorrússia, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão – se juntam ao grupo, elevando o número de participantes e as expectativas para o futuro.
Sob o lema "Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável", o governo brasileiro terá o desafio de articular a participação dos novos membros e dar continuidade à construção de um sistema de pagamento com moedas locais, buscando reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais.
Especialistas, como o professor Paulo Borba Casella da USP, destacam a complexidade de gerir um BRICS expandido, com a necessidade de otimizar a participação dos diversos grupos de trabalho. A inclusão de novos membros, definida na 16ª cúpula em Kazan, na Rússia, também adiciona uma nova dinâmica ao bloco, com a possibilidade de mais países se juntarem como parceiros ou membros efetivos.
Maria Elena Rodríguez, da PUC-Rio, ressalta a importância de o Brasil assumir um papel proativo, diferente da presidência anterior, e apresentar avanços concretos, como a implementação do sistema de pagamentos em moedas locais. A iniciativa, no entanto, já gerou reações, com o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, ameaçando tarifas a países que abandonarem o dólar.