A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) celebrou o avanço do acordo comercial entre União Europeia (UE) e Mercosul, destacando sua relevância estratégica para os dois blocos. A entidade enxerga o pacto como um catalisador para ampliar a oferta de alimentos e garantir a segurança alimentar e energética europeia, especialmente em um momento de instabilidade geopolítica global.
Pelo lado do Mercosul, a expectativa é de que o acordo impulsione gradualmente o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco, por meio de facilitação de investimentos e redução de tarifas impostas pela UE. Essa dinâmica também poderá fomentar o desenvolvimento sustentável na região, alinhando-se a demandas econômicas e socioambientais crescentes.
No setor agrícola, projeções indicam que, em até 10 anos, mais de 80% das exportações agrícolas do Mercosul para a UE estarão isentas de tarifas, enquanto produtos como frutas, peixes, suco de laranja e óleos vegetais terão acesso preferencial. Já itens como carnes bovina e suína, açúcar e etanol terão cotas com valores específicos.
O Brasil, reconhecido como um parceiro confiável no comércio internacional, reforçará sua posição atendendo às exigências europeias de sustentabilidade e descarbonização nas cadeias produtivas, ajudando a UE a alcançar suas metas climáticas. Segundo a ABAG, o acordo também deve elevar a percepção global sobre o agronegócio brasileiro, que alia produtividade, sustentabilidade e fornecimento de alimentos e energias renováveis a diversas nações.
Para Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG, o pacto tem um peso institucional significativo e promete gerar benefícios econômicos de longo prazo, especialmente para a agroindústria nacional. Já o vice-presidente da entidade, Ingo Plöger, destacou a criação de um marco jurídico que permitirá o avanço de pautas futuras entre blocos democráticos e econômicos.
“Teremos novas agendas em combustíveis, tecnologias industriais e serviços digitais, fortalecendo a cooperação e a inovação. A ABAG terá um papel central na articulação internacional para expandir o mercado e promover o desenvolvimento sustentável”, afirmou Plöger, enfatizando o impacto do acordo na competitividade e na diversidade global.