O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) deverá resultar em um aumento de 0,34% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil até 2044, o que representa um impulso de aproximadamente 37 bilhões de reais, com base no ano de 2023, segundo estimativas do governo brasileiro divulgadas na sexta-feira (6).
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, ressaltou o amplo apoio do setor produtivo brasileiro, incluindo as confederações nacionais da indústria, comércio e agricultura, destacando as oportunidades que o acordo abrirá para o Brasil. "Esse tratado traz grandes oportunidades, não apenas para os setores produtivos, mas para a economia como um todo, com potencial para impulsionar o crescimento do PIB, das exportações, e gerar mais emprego e renda, além de ajudar a reduzir a inflação", afirmou Alckmin.
O governo também projetou um impacto significativo nas exportações e importações do Brasil. Espera-se que as exportações cresçam 2,65%, totalizando 52,1 bilhões de reais, e as importações, 2,46%, atingindo 42,1 bilhões de reais até 2044. Os setores que mais se beneficiarão serão a agricultura (crescimento de 6,7%), os serviços (14,8%) e a indústria de transformação (26,6%).
Além disso, o governo prevê um aumento de 0,76% nos investimentos estrangeiros, uma redução de 0,56% nos preços ao consumidor e um incremento de 0,42% nos salários reais. A liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi destacada como crucial para a conclusão do acordo, após 25 anos de negociações.
Apesar dos avanços, o acordo ainda enfrenta um longo processo até sua implementação. O texto precisa ser legalizado, traduzido e aprovado pelos países membros, com algumas nações, como a França, se mostrando resistentes ao acordo. Alckmin, entretanto, afirmou que os termos do acordo estão finalizados e não podem mais ser alterados, independentemente da oposição de alguns estados membros.