27/08/2021 às 22h00min - Atualizada em 27/08/2021 às 22h00min

Bolsonaro diz que "todo mundo tem de comprar um fuzil" e volta a atacar Judiciário

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira, ao defender os decretos que assinou para facilitar o acesso a armas, que “todo mundo” tem de “comprar um fuzil”. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada ele também voltou a atacar o Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não precisa “dar um golpe” porque já é presidente e convocou a população para as manifestações marcadas para 7 de setembro.

“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Povo armado jamais será escravizado. Eu sei que custa caro. Daí tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, afirmou.

Em meio a manifestações de apoio, ele foi provocado por um dos populares a “parar de brigar dentro das quatro linhas” da Constituição e “partir para o ringue” e, referindo-se ao STF, disse que não quer “interferir para o lado de lá”.

“Tem ferramentas lá para ganhar a guerra, tem gente que está do lado de fora. É difícil governar um país desta maneira. O único dos Poderes que é vigiado e cobrado o tempo todo sou eu. O que acontece para o lado de lá não tem problema nenhum. Eu não quero interferir para o lado de lá, nem vou. Agora, tem que deixar a gente trabalhar para o lado de cá”, disse Bolsonaro. “Alguns dizem que eu quero dar golpe, são uns idiotas, eu já sou presidente”.

Depois de ver arquivado o pedido de impeachment que encaminhou ao Senado contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, Bolsonaro voltou a reclamar do inquérito das fake news, do qual é alvo.

“A questão de resistir, eu acredito em Deus e em vocês. Não sou machão, o único certo, mas do outro lado não pode um ou dois caras estragarem a democracia do Brasil. Começar a prender na base do canetaço, bloquear redes sociais. Tem que botar um ponto final nisso. E isso é dentro das quatro linhas [da Constituição]”, acrescentou.

Ao comentar as consequências da pandemia, o presidente voltou a culpar governadores pela alta nos preços do gás de cozinha e dos combustíveis, além de citar as medidas restritivas de circulação adotadas nas fases críticas de propagação do vírus no país. Com agenda prevista para Goiás nesta sexta-feira, disse que pretende ir a um posto BR para “destrinchar o preço dos combustíveis”.

O presidente também admitiu que “a economia deu uma balançada” no país, mas que “dá para consertar e estamos consertando”. Além do impacto da inflação, citou a crise hídrica, que ameaça o fornecimento de energia, e voltou a apelar para que os brasileiros ajudem a economizar energia, apagando um ponto de luz dentro de casa.

Diante de promessas de apoio por sua reeleição, o presidente garantiu que no dia 7 de setembro participará de atos pró governo em Brasília e São Paulo e convocou os populares a irem às ruas para “mostrar para o mundo o que estamos sofrendo”.

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