05/12/2024 às 11h11min - Atualizada em 05/12/2024 às 14h15min

Itália pede mudanças no acordo comercial UE-Mercosul para o setor agrícola

O país exige ajustes nas regras de importação e normas ambientais antes de ratificar o acordo com os países sul-americanos

- Da Redação, com MoneyTimes

A Itália está pressionando por mudanças nas seções agrícolas do projeto de acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, informou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, na quarta-feira (4). O rascunho do acordo, firmado em 2019, visa criar cotas de importação para a UE de produtos agrícolas dos países do Mercosul — incluindo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai — sem tarifas ou com taxas reduzidas.

 

Entretanto, a proposta tem gerado resistência, especialmente entre os agricultores da UE, que temem que o acordo agrave problemas existentes, como a competição com importações baratas, regulamentações rigorosas e uma queda na renda. Tajani, durante uma reunião ministerial da Otan em Bruxelas, afirmou que a Itália apoia o acordo, mas enfatizou a necessidade de correções nas questões agrícolas: “Estamos trabalhando para tentar alcançar esse objetivo porque, no que diz respeito à política industrial, estamos indo na direção certa”, destacou.

 

O ministro da Agricultura da Itália, Francesco Lollobrigida, já havia classificado o rascunho como “inaceitável” no mês passado. Lollobrigida pediu que os países do Mercosul se comprometam a seguir os mesmos regulamentos da União Europeia, especialmente em relação aos direitos dos trabalhadores e à proteção ambiental.

 

Enquanto isso, o acordo é amplamente apoiado pelos países do Mercosul e encontra defensores na Alemanha e na Espanha. O bloco do Mercosul se reunirá no Uruguai nesta quinta-feira (5), com expectativas de que as negociações finais possam ser concluídas e o acordo finalmente ratificado, após longas discussões.

 

 

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