05/12/2024 às 11h05min - Atualizada em 05/12/2024 às 11h05min

PIB do Brasil é destaque no G20, mas nível de investimento preocupa

Crescimento econômico brasileiro fica atrás apenas de Indonésia, Índia e México, mas desafios em investimentos e produtividade ainda ameaçam sustentabilidade do avanço

- Da Redação, com Agência Brasil

O Brasil teve um desempenho econômico surpreendente no terceiro trimestre de 2024, figurando como o quarto maior crescimento entre as maiores economias do mundo, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 0,9% em relação ao trimestre anterior, superando economias como dos Estados Unidos e Alemanha, e igualando-se à China.

 

Apesar do bom resultado, especialistas alertam que a manutenção desse crescimento depende de um aumento nos níveis de investimento e produtividade. O país, com uma taxa de investimento de 17,6%, ainda está atrás de economias da América Latina, como o México, onde o índice gira em torno de 21%. O cenário também é desafiado pela expectativa de aumento da taxa de juros, o que pode impactar negativamente o investimento.

 

Economistas como Juliana Trece, do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da FGV, e Caio Ferrari, da UERJ, destacam que o Brasil precisa ampliar sua capacidade produtiva para garantir um crescimento sustentável. Enquanto o agronegócio e a desvalorização do câmbio impulsionam as exportações, o aumento da formação de capital fixo é visto como crucial para a estabilidade a longo prazo.

 

Embora o PIB tenha registrado uma alta de 4% comparado ao mesmo período de 2023, o Brasil enfrenta o desafio de reduzir desigualdades e investir em setores como educação, essencial para garantir um crescimento mais inclusivo e duradouro. Para isso, é necessário não apenas lidar com o atual cenário fiscal, mas também implementar reformas estruturais que incentivem o investimento no futuro.

 

No cenário macroeconômico, o mercado financeiro, representado pelo Ibovespa, não compartilhou do otimismo observado no PIB, refletindo incertezas fiscais e políticas públicas que geram dúvidas quanto à continuidade do crescimento. A falta de clareza sobre cortes de gastos e reformas fiscais tem gerado apreensão entre investidores, que ainda veem o resultado positivo como um "voo de galinha", ou seja, um crescimento temporário e insustentável.


 

 


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