O presidente da Argentina, Alberto Fernández, defendeu-se nesta sexta-feira, após ser indiciado por fazer uma festa de aniversário para a primeira-dama, Fabiola Yáñez, em julho do ano passado, quando o país estava sob uma rígida quarentena para conter a disseminação da covid-19.
“Não foi uma manobra dolosa, foi um ato de imprudência e de negligência”, disse Fernández em entrevista a uma rádio local. “O indiciamento é para dar ciência a quem foi denunciado, para que possa exercer a sua defesa.”
Fernández voltou a admitir que errou e pediu que a Justiça analise primeiro se houve crime ao violar as regras da quarentena que estava em vigor em Buenos Aires quando a festa foi realizada.
“Espero que a Justiça avalie minha proposta, que considero sólida. O resto são palavras que estão nos jornais”, disse.
Fernández foi indicado na quinta-feira pelo promotor federal Ramiro González. Ele e a primeira-dama são acusados de violar o decreto presidencial que estabelecia as regras da quarentena e por colocar em risco a saúde pública.
O escândalo, que ganhou força após a imprensa argentina revelar uma foto da festa na residência oficial de Olivos, pode prejudicar a coalizão governista nas eleições primárias, marcadas para 12 de setembro, e nas legislativas, em 14 de novembro.
A popularidade de Fernández despencou nas últimas semanas, em meio ao escândalo. O presidente argentino também é criticado pela resposta à covid-19 e pela situação econômica do país, agravada pela pandemia.