Os acordos firmados entre Brasil e China durante a visita oficial do presidente chinês Xi Jinping ao país podem impulsionar o Brasil à primeira posição no ranking global de exportação agropecuária. Seis dos 37 acordos assinados entre as duas nações, anunciados nesta quarta-feira (20), envolvem diretamente o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com destaque para a abertura de novos mercados e a habilitação de plantas frigoríficas brasileiras.
Os protocolos assinados com a Administração Geral de Aduana da China (GACC) incluem a liberação de exportações brasileiras para produtos como uvas frescas, gergelim, sorgo, farinha de peixe e óleo de peixe, além de proteínas e gorduras derivadas de pescado para a alimentação animal. A abertura desses mercados pode gerar um potencial comercial de até US$ 500 milhões por ano. Em junho deste ano, a China também aprovou a importação de noz-pecã brasileira, expandindo ainda mais as oportunidades comerciais entre os países.
Esses avanços podem alavancar a produção agropecuária do Brasil, impulsionando sua posição como maior exportador mundial. O Brasil, que já ultrapassou os Estados Unidos na exportação de algodão, vê seu setor agropecuário ganhar força com novos contratos, como o fechado com a cafeteria chinesa Luckin Coffee para a compra de 240 mil toneladas de café entre 2025 e 2029, num valor estimado em US$ 2,5 bilhões.
O setor de carnes também se beneficia, com a habilitação de 38 novas plantas frigoríficas para exportação, além de 11 frigoríficos reabilitados, consolidando a China como o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina in natura, que representaram 51,6% do total exportado.
Esses resultados refletem uma retomada das boas relações diplomáticas entre Brasil e China, que tem consolidado a nação asiática como o principal parceiro comercial da agropecuária brasileira. Em 2023, as exportações brasileiras para o mercado chinês alcançaram um recorde de US$ 60,24 bilhões, representando um aumento de US$ 9,53 bilhões em relação ao ano anterior.