O Índice de Confiança da Indústria (ICI) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) caiu 1,4 ponto em agosto, para 107 pontos, após quatro meses de altas consecutivas. Em médias móveis trimestrais, porém, o indicador subiu 0,9 ponto.
“A confiança da indústria recuou influenciada pela piora da situação atual e uma acomodação das expectativas das empresas em relação aos próximos meses. A indústria de transformação vem desde o final do ano passado, enfrentando gargalos associados a escassez de insumos, recentemente agravado por problemas de logísticas nos mercados internacionais, e encarecimento da energia elétrica. Aliado a isso, o aumento da incerteza diante da nova variante delta contribuem para uma desaceleração no processo de recuperação da indústria”, comenta Claudia Perdigão, economista do FGV Ibre, em comentário no relatório.
O resultado do mês é influenciado por uma queda da satisfação em relação à situação atual e uma acomodação das perspectivas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual (ISA) caiu 2,4 pontos, para 109,4 pontos, retornando a patamar próximo a maio desse ano. O Índice de Expectativas (IE) cedeu 0,3 ponto para 104,6 pontos.
Entre os quesitos que compõem o ISA, a maior queda ocorreu na situação atual dos negócios que caiu 3,5 pontos, para 105,8 pontos, menor desde agosto de 2020 (99,1). Os indicadores para demanda total e nível de estoques diminuíram 0,7 e 2,5 pontos, para 109,7 e 111,9 pontos, respectivamente.
Dos indicadores que integram o IE, a produção prevista e o emprego previsto para os próximos três meses apresentaram leve aumento de 0,6 e 0,2, para 101,2 e 108,5, respectivamente. Ambos atingem maior nível desde janeiro de 2021, quando o indicador de produção prevista registrou 101,8 pontos e o de emprego previsto 108,6 pontos. A tendência dos negócios para os próximos seis meses, por outro lado, caiu 1,5 ponto, para 103,9 pontos, retornando ao valor de junho de 2021 (104 pontos).
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) cedeu 0,4 ponto percentual, para 79,7%, segundo maior valor em um intervalor de 9 meses.
A pesquisa coletou informações de 1.044 empresas entre os dias 1º e 25 de agosto. A próxima Sondagem da Indústria será divulgada em 28 de setembro.