26/08/2021 às 15h00min - Atualizada em 26/08/2021 às 15h00min

Ibovespa opera em queda com crise hídrica e Powell no radar

O Ibovespa até tentou defender a faixa dos 120 mil pontos, mas opera negociado abaixo dessa marca, em queda ao redor de 1%, e interrompendo duas altas seguidas. O movimento é ditado pela queda das ações dos bancos tradicionais e influenciado pelo exterior, onde as bolsas de Nova York estão à espera do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, amanhã. Os investidores também estão atentos aos riscos de uma crise hídrica no país.

Às 13h35, o Ibovespa caía 0,82%, aos 119.821 pontos, depois de oscilar em alta, indo até os 120.833 pontos, na máxima até então, e cair a 119.382. Em Wall Street, os índices Dow Jones e S&P 500 recuavam 0,13% e 0,19%, respectivamente.

“O dia está volátil nas bolsas, mundialmente falando, em meio à expectativa elevada pelas declarações do presidente do Powell”, resume o especialista da Valor Investimentos, Davi Lelis. Para ele, o chairman deve apontar as maiores preocupações na economia dos Estados Unidos e como o Fed vai lidar com isso.

“O mercado espera por algum posicionamento, não uma indicação direta, mas alguma sinalização de quando o Fed vai diminuir os estímulos monetários”, explica. Na mesma linha, o sócio-fundador da Fatorial Investimentos, Jansen Costa, afirma que o dia de hoje é de mais cautela nos mercados globais, no aguardo do discurso de Powell em Jackson Hole, cidade do Wyoming (EUA), onde acontece o simpósio de banqueiros centrais.

Enquanto aguardam, ambos os profissionais chamam a atenção para a crescente preocupação com o risco de um racionamento de energia elétrica no Brasil. “O problema dos reservatórios deve vir em algum momento”, comenta o sócio-fundador da Fatorial, lembrando dos impactos na inflação oficial (IPCA), com reflexos no PIB e na Selic.

Para Lelis, da Valor Investimentos, “repercutiu muito mal” a fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, ontem. O especialista da Valor refere-se às declarações de Guedes, que indagou qual seria o problema de a energia ficar “um pouco mais cara porque choveu menos”. Ontem, o IPCA-15 deste mês apontou a conta de luz como vilão dos preços.

Com isso, apesar da certa calmaria esperada para esta quinta-feira, questões envolvendo Brasília continuam fazendo preço nos ativos locais. Entre as ações, os papéis que ontem lideraram as perdas do Ibovespa, hoje figuram entre os destaques de maiores altas. São eles: Banco Inter Units (+7,88%), Lojas Americanas PN (+3,10%) e Americanas ON (+2,38%). Na outra ponta, as perdas são lideradas pelo setor de construção civil, diante da perspectiva de menor crescimento econômico e de juros básicos mais elevados em 2022. Cyrela ON liderava as quedas, com -5,14%, seguida por Ezetec ON (-4,25%) e MRV ON (-3,91%).

Entre as blue chips, destaque para as perdas aceleradas dos bancos tradicionais: Itaú Unibanco PN caía 1,65% e Bradesco PN recuava 1,54%. Vale ON tinha queda de 0,60%, enquanto Petrobras oscilava com -0,11% nas ações ON e PN, cada. No mercado internacional, o petróleo era negociado em queda, enquanto o minério de ferro subiu.

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