A arrecadação federal de impostos registrou uma alta real de 46,77% em junho na comparação com o mesmo mês do ano passado e chegou a R$ 137,169 bilhões. Com o desempenho do mês, o recolhimento no semestre atingiu a marca de R$ 881,996 bilhões, uma elevação real de 24,49% ante o mesmo período de 2020. Os números foram divulgados pela Receita Federal.
Na série atualizada pela inflação, o resultado de junho é o melhor para o mês desde junho de 2011. Já no ano é o melhor da série.
Sem correção inflacionária, a arrecadação mostrou uma alta de 59,02% em junho ante o mesmo mês do ano passado, quando a arrecadação total somou R$ 86,258 bilhões (valor corrente).
Considerando somente as receitas administradas pela Receita, houve elevação real de 45,68% no mês, somando R$ 133,008 bilhões na comparação com o mesmo mês do ano passado. A alta nominal ficaria em 57,84%. No ano, as receitas administradas somaram R$ 844,935 bilhões, um acréscimo real de 24,63% e nominal de 32,60%
Já a receita própria de outros órgãos federais (onde estão os dados de royalties de petróleo, por exemplo) foi de R$ 4,161 bilhões no mês passado, aumento real de 92,93 % na comparação com o mesmo mês de 2020. Em termos nominais, essas receitas subiriam 109,03% em junho em relação ao mesmo mês de 2020.
No ano, a receita própria de outros órgãos somou R$ 37,062 bilhões, o que corresponde a um aumento real de 21,23 % ante o mesmo período de 2020.
O crescimento das compensações tributárias - que praticamente dobraram em relação a junho de 2020 e somaram R$ 14,146 bilhões - voltou a afetar a arrecadação em junho, destacou a Receita Federal. O maior volume de compensações ocorreu a partir de decisões judiciais. Foram R$ 7,271 bilhões nesse item.
Houve, por sua vez, crescimento da arrecadação das principais formas de apuração do IRPJ/CSLL, que resultaram em alta de 77% nos valores. A arrecadação extraordinária no mês ficou em R$ 4 bilhões.
O comportamento das principais variáveis macroeconômicas também influenciou a arrecadação. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção industrial subiu 25,79% em junho. As vendas de bens avançaram 26,20% e as vendas de serviços, 23%. O valor em dólar das importações subiu 73,81%.
Em relação às notas fiscais eletrônicas, houve alta de 50,89% em termos de valor e de 27,59% em termos de volume.
O governo deixou de arrecadar R$ 46,956 bilhões nos primeiros seis meses do ano devido a desonerações tributárias. Em 2020, abriu mão de R$ 45,607 bilhões no mesmo período. Apenas em junho, as desonerações somaram R$ 7,083 bilhões.
No ano, somente com Simples e MEI (Microempreendedor Individual) o governo deixou de receber R$ 7,955 bilhões em tributos. Além disso, o corte do PIS/Cofins sobre o diesel contribuiu para uma redução de R$ 3,678 bilhões na arrecadação.