A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse nesta quinta-feira (26) que não pretende abandonar a estratégia de “tolerância zero” contra a covid-19 e rebateu críticas às medidas adotadas por seu governo. Segundo ela, a tática de eliminar totalmente o vírus salvou vidas e continuará evitando mortes no país.
Ardern colocou o país em “lockdown” após a confirmação de um único caso de transmissão local da covid-19. Mas, apesar das restrições, o vírus continua se espalhando. Hoje, mais 68 contágios foram diagnosticados pelas autoridades de saúde, o maior número desde abril do ano passado.
A Nova Zelândia registrou 277 casos — 263 em Auckland e 14 em Wellington – desde o início do novo surto, que está sendo causado pela variante delta. Muitos dos contágios ocorreram entre a comunidade samoana e estão ligados a um grupo de pessoas que frequentava uma mesma igreja.
Questionada sobre as diferenças entre a estratégia da Nova Zelândia e a de outros países, Ardern disse hoje que é preciso observar tudo o que aconteceu na pandemia, não apenas durante o atual surto.
“A medida do sucesso nesta pandemia não é apenas o que acontece em agosto de 2021. É o que aconteceu desde fevereiro de 2020, quando a covid-19 chegou à Nova Zelândia”, afirmou a primeira-ministra.
Desde o início da pandemia, a Nova Zelândia registrou 3.277 casos e apenas 26 mortes, segundo o balanço do governo, números muito menores do que os observados em outras partes do mundo.
Na avaliação da premiê, o confinamento atual está funcionando e o número de casos começará a cair em breve. No entanto, parte das restrições podem ficar em vigor por mais tempo, até que a maior parte da população esteja vacinada.
O governo deve se pronunciar sobre a prorrogação do “lockdown” amanhã, quando as restrições em quase todo o país deveriam ser suspensas, conforme a previsão inicial. A exceção é Auckland, que ficará confinada até pelo menos terça-feira.