As intensas chuvas que atingiram a Argentina nesta semana trouxeram alívio ao setor agrícola do país, que vinha enfrentando sérios problemas devido à seca. De acordo com a bolsa de grãos de Rosário, as precipitações de entre 30 e 90 milímetros em várias áreas da região central agrícola transformaram as expectativas para os produtores de milho e trigo.
“Estávamos perdendo de 3 a 0 contra a seca. Com as chuvas da semana passada, estávamos perdendo por 3 a 2, e com o que está acontecendo agora, estaríamos ganhando por 4 a 3”, comentou Cristian Russo, chefe de estimativas agrícolas da bolsa, enfatizando o impacto positivo das condições climáticas.
As chuvas são especialmente significativas para a produção de trigo 2024/25, pois chegam em um momento crucial nas últimas semanas de desenvolvimento da colheita. A bolsa havia reduzido sua estimativa de produção do cereal para 19,5 milhões de toneladas devido à escassez de chuvas no início do mês. Com a colheita do trigo prevista para começar em novembro, a expectativa agora é de recuperação.
Além disso, as chuvas permitirão que os agricultores retomem o plantio atrasado de milho para a temporada 2024/25. A bolsa de Rosário estima uma safra de milho entre 51 e 52 milhões de toneladas e uma produção de soja de 52 a 53 milhões de toneladas, com o plantio de soja se intensificando nas próximas semanas.
A Argentina, que é o terceiro maior exportador de milho do mundo e um dos principais fornecedores globais de trigo, também se destaca como o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, produtos essenciais para a economia local.