A economia está se recuperando, mas "as coisas não vão ser muito rápidas", afirmou nesta quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à "Rádio Jornal" de Pernambuco, ele também criticou a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), de arquivar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
“No Brasil todo, a Economia está retomando”, afirmou. “Agora, as coisas não vão ser muito rápidas como muitos querem.”
Bolsonaro também reconheceu a escalada da inflação no país: "Estamos vendo inflação global na casa de 7%. Lógico que nos alimentos é muito acima disso e isso é preocupante, mas a inflação veio para o mundo todo."
O presidente voltou a dizer que o problema do encarecimento dos combustíveis e do gás de cozinha não pode ser resolvida somente por ele, mas passa por uma revisão da cobrança de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nos Estados.
Bolsonaro que participará, em Brasília e São Paulo, das manifestações de 7 de Setembro. Defendeu que é preciso garantir "liberdade de expressão", mesmo diante das frequentes mensagens de seus aliados pedindo intervenção militar e atacando o STF e o Congresso. Questionado sobre possíveis atos de violência nas ruas, disse que não haverá uma "guerra civil".
Sobre o arquivamento de seu pedido de impeachment contra Moraes, Bolsonaro o comparou à decisão de Pacheco de instaurar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, que atendeu a uma determinação judicial, e disse que ele "agiu de maneira diferente". A análise sobre abertura pedido de impeachment cabe, de acordo com o regimento da Casa, ao presidente do Senado.
"O presidente do Senado, o senhor Pacheco, ele atendeu e acolheu uma decisão da sua advocacia, advocacia lá do Senado. Agora, quando chegou uma ordem do ministro [do STF Luís Roberto] Barroso para abrir uma ordem da CPI da Covid, ele mandou abrir e ponto final. Ele agiu de maneira diferente de como agiu no passado", argumentou.
Para Bolsonaro, Moraes "ignora a Constituição" no inquérito das fake news, do qual é alvo, e são incabíveis as prisões do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), do ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, e do blogueiro Oswaldo Eustáquio, seus apoiadores.