25/08/2021 às 16h00min - Atualizada em 25/08/2021 às 16h00min

Temer afirma que militares são “obedientes à Constituição” e jamais patrocinariam golpe

O ex-presidente Michel Temer (MDB) disse nesta quarta-feira que, apesar da escalada da crise entre os Poderes, não vê risco de ruptura democrática no país. Para ele, um eventual golpe contra a democracia só seria possível se houvesse interesse direto das Forças Armadas e da sociedade nesse sentido.

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“Não vejo risco [de ruptura]. Alguns podem desejar, mas as instituições estão solidificadas. Você só tem violação à democracia, ou seja, golpe, se você tiver Forças Armadas desejosas disso”, disse.

Temer participou de um evento do MDB em Brasília, durante o qual foi lançado o documento “Todos por um só Brasil”. Elaborado pela Fundação Ulysses Guimarães, ligada ao partido, ele que servirá como base para as discussões internas relativas às eleições de 2022.

Depois de participar de evento, ele dirigiu-se para um almoço com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, também filiado à legenda.

Temer afirmou que, como presidente da República, conviveu muito com as Forças Armadas e verificou que elas são “obedientes à Constituição” e jamais patrocinariam outro golpe.

Ele reconheceu que o clima político é de “uma tensão muito grande, o que é péssimo para o país”, mas ele ressaltou que não vê movimentação de militares da ativa em articulações golpistas.

Nas redes sociais, quadros da reserva aparecem em vídeos exaltados conclamando bolsonaristas a reforçar ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional.

“Não creio que [militares da ativa] estejam dispostos a patrocinar uma desarticulação dessa natureza no país”, disse Temer. Para ele, pode ser até “ingenuidade” a crença de que não haverá ruptura, mas uma ingenuidade pautada por sua experiência e observação dos fatos.

Sem citar diretamente o presidente Jair Bolsonaro, que tem convocado seus apoiadores para participar de atos contra a Corte no 7 de Setembro, Temer acrescentou que a sociedade hoje está “com a mente formada em defesa da democracia, por mais que alguns lancem palavras desairosas em relação aos Poderes”.

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