O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, afirmou nesta quarta-feira (25) há pouco que a emissão líquida em julho, de R$ 24,37 bilhões, embora pequena na comparação com meses anteriores, foi a primeira para meses de julho desde 2009.
No acumulado ano, a emissão líquida está em cerca de R$ 180 bilhões. “Isso equivale a uma rolagem da dívida de quase 120%”, afirmou. Os vencimentos até julho foram maiores do que 2020 inteiro e mesmo assim há esse volume de emissão líquida acumulada, observou.
Vital explicou que o aumento do custo médio na dívida observado em julho reflete o impacto de indexadores, como a inflação e a alta da Selic. Já o aumento do custo de emissão refletiu a curva de juros mais alta e a piora nos indexadores.
Atualmente, a reserva de liquidez é suficiente para 9,6 meses de vencimentos da dívida, acrescentou. A reserva encerrou julho em R$ 1,159 trilhão, ante R$ 1,167 trilhão no mês anterior.
“Na janela de 12 meses à frente ainda temos a vencer R$ 1,210 trilhão. Ou seja, temos torres bastante significativas na janela de 12 meses”, afirmou, acrescentando que em setembro e outubro há R$ 500 bilhões vencendo em mercado. Assim, é esperado que ao longo dos próximos meses haja variações mais expressivas na reserva de liquidez.
Vital afirmou que julho foi um mês de volatilidade no mercado externo. Período um pouco mais negativo para emergentes, inclusive para o Brasil, explicou.
Houve preocupações em relação, por exemplo, à perspectiva para o crescimento econômico e em torno do avanço da variante delta da covid-19.
A curva de juros ganhou nível. A parte curta e a intermediária da curva reagiram principalmente a indicadores de inflação e ao ajuste na expectativa de investidores em relação à política monetária no Brasil. Já na ponta longa, as taxas já começam a refletir “um pouco de preocupação com trajetória fiscal”.
“Essa alta dos juros infelizmente foi capturada nos leilões do Tesouro”, acrescentou Vital.