Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o senador Omar Aziz (PSD-AM) descartou a possibilidade de pedir a prisão do diretor do FIB Bank, Roberto Pereira Ramos Júnior, que depõe nesta quarta-feira. “Quero pedir encarecidamente que o senhor colabore com a CPI para evitar que senadores me cobrem uma medida mais dura”, afirmou.
Aziz alegou que estava limitado por conta da liminar concedida pela ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), dando ao depoente o direito de ficar em silêncio diante de perguntas que possam incriminá-lo.
O clima na CPI esquentou após a apresentação de um áudio de um trabalhador da cidade de Pão de Açúcar, em Alagoas, que há anos luta na Justiça por constar indevidamente como sócio do FIB Bank, mesmo sem ter assinado qualquer papel e jamais sequer ter ido a São Paulo, onde fica a empresa, em toda sua vida.
Os senadores alegam que Pereira Ramos esconde informações sobre a possibilidade de o advogado Marcos Tolentino, que seria ligado ao líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), ser o verdadeiro dono do FIB Bank.
Também chamou atenção o fato de capital social da empresa ser de R$ 7,5 bilhões, integralizado a partir de apenas dois imóveis, um em São Paulo e um na cidade de Castro, no Paraná.
A senador Simone Tebet (MDB-MS) apresentou evidências de inconsistências diversas nesse sentido. A MB Guassu integralizou R$ 7,2 bilhões mediante contribuição de 2.000 alqueires do imóvel em Castro. Só que as referências às matrículas dos imóveis utilizados para integralizar o capital social da companhia foram retificadas posteriormente, alterando a sua identificação.
“É um imóvel voador, saiu do Paraná e foi transferido para São Paulo”, apontou. Os registros encontrados não correspondem a imóveis de propriedade dos acionistas ou do próprio FIB Bank.