O principal índice da bolsa brasileira opera em queda no início dos negócios desta quarta-feira, em um movimento de realização de lucros após os ganhos robustos observados no dia anterior e pressionado pelos dados mais elevados do que o esperado nos núcleos de bens e serviços do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15).
Às 10h35, o Ibovespa anotava queda de 0,72%, aos 119.340 pontos. No pregão de terça-feira, o índice fechou em alta de 2,33%, aos 120.210,75 pontos.
Em um dia em que não há direção clara para os principais ativos de risco no mercado externo, as empresas ligadas a commodities e à indústria de base no Brasil oscilam em torno da estabilidade. Vale ON recuava 1,03%, enquanto os papéis ON da Petrobras cediam 0,78%. CSN ON perdia 1,24% e Gerdau PN recuava 0,21%.
Mesmo em meio ao cenário de menor desconforto dos agentes locais com o noticiário político e fiscal do país, o mercado local de renda variável deve encontrar obstáculos à sequência de recuperação nos dados de inflação divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A energia elétrica e a gasolina foram mais uma vez as principais pressões para a inflação. Juntos, os dois itens responderam por mais de um terço do índice no mês, com influência de 0,35 ponto percentual da variação de 0,89% do IPCA-15.
Segundo participantes do mercado, a dinâmica é preocupante, especialmente quando relacionada às notícias recentes sobre possíveis aumentos de preço na energia elétrica. "Isso seria uma pressão muito forte de inflação para o mês de setembro. E pode pressionar muito o Banco Central para que ele eleve mais rápido os juros na reunião de setembro, já que a crise hídrica não dá nenhuma sensação de que pode ter alívio", afirmou o estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz.
Os bancos são os destaques negativos do pregão e contribuem para as perdas mais amplas do índice. Bradesco ON recuava 1,49%, enquanto Itaú PN cedia 1,36%.