Foto: Divulgação Relatório do Bradesco aponta que, apesar da pressão da seca que resultou em uma alta superior a 6% nos preços dos alimentos em 2024, a expectativa de safra recorde em 2025 poderá suavizar a inflação alimentar no país. A previsão é que a colheita, principalmente de soja e arroz, traga um alívio significativo aos consumidores.
As analistas Mariana Freitas e Priscila Trigo destacam que, embora a inflação da alimentação no domicílio deva encerrar este ano acima de 6%, o cenário para o próximo ano é de desaceleração, impulsionado por um aumento na produção agrícola. Contudo, a expectativa de alta nos preços da carne bovina pode limitar essa desinflação, com uma projeção de aumento de 4,5% nos preços de alimentos em 2025, devido à elevação da arroba do boi.
O relatório também observa que, além das dificuldades enfrentadas pela seca, a demanda doméstica por alimentos se mostrou mais aquecida do que o antecipado, e a depreciação de cerca de 12% do câmbio neste ano afetou o mercado. As queimadas em São Paulo tiveram efeitos pontuais na produção, principalmente no mix produtivo da cana-de-açúcar, que, ao ser direcionada para a produção de etanol, minimiza perdas aos produtores.
Além disso, o documento analisa a situação dos reservatórios do sistema elétrico, que estão com cerca de 50% da capacidade, com previsão de recuo para 40% até o fim do ano. Embora isso impacte os custos de energia, a situação não é tão crítica quanto em 2021. No setor de saneamento, não há risco de abastecimento, pois, segundo dados da Sabesp, os principais mananciais ainda estão com armazenamento acima da média histórica, apesar da seca.
