O petróleo fechou em alta nesta terça-feira (24), na sua segunda sessão de ganho seguida, permitindo a recuperação de quase todo o valor perdido no acumulado da última semana. O movimento ocorre em meio a uma menor preocupação com o impacto da variante delta da covid-19 e ante dúvidas sobre novos sinais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para o início da redução de estímulos na economia americana.
Os preços dos contratos para outubro do Brent, referência global, subiram 3,34%, a US$ 71,05 o barril, na ICE, em Londres, enquanto os contratos do WTI, a referência americana, avançaram 2,90%, a US$ 67,54 o barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York.
O índice DXY do dólar se manteve no vermelho nesta terça, seguindo o movimento do dia anterior, que refletiu dúvidas se o Fed irá sinalizar a redução gradual de estímulos já nesta semana. De quinta (26) a sábado (28), a autoridade monetária dos EUA promove o simpósio anual de Jackson Hole. A expectativa era de que, no evento, alguma nova sinalização sobre a redução da compra de ativos (“tapering”) fosse dada. Analistas, porém, já esperam por tais informações só após a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, em setembro.
Também estiveram hoje no radar, os relatos de que nenhum novo caso de covid-19 foi registrado na China, pela primeira vez desde julho, e a aprovação total da vacina da Pfizer/BioNTech pela FDA (a autoridade que regula medicamentos nos EUA). Nas últimas semanas, o temor de a cepa delta afetar a demanda chinesa derrubou o preço do petróleo.
Mas a percepção sobre a pandemia mudou e, no acumulado de segunda (23) e terça-feira, a commodity anota alta de 9%, nos contratos do Brent, e de 8,37%, nos do WTI. O avanço nos dois dias permitiu a recuperação quase total das perdas da última semana, a pior para o petróleo, desde outubro de 2020.