06/08/2024 às 09h50min - Atualizada em 06/08/2024 às 09h50min
Nova safra do algodão começa a ser escoada, afirma presidente da Abrapa
Após início lento da colheita, demanda por embarques do produto cresce e impulsiona vendas
- Da Redação, com Notícias Agrícolas
Foto: Reprodução O Brasil está na fase inicial do escoamento da produção da nova safra à medida que a colheita avança após um início mais lento, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alexandre Schenkel, nesta segunda (5).
Schenkel afirmou que a demanda por exportação está alta, com formação de lotes e cumprimento de contratos já estabelecidos. Nos últimos meses, os embarques brasileiros de algodão foram robustos devido aos grandes estoques do ciclo anterior.
Agora, esse fluxo ganha impulso adicional com a colheita recente. O Mato Grosso, maior estado produtor, já colheu cerca de um terço da safra até a última sexta-feira.
Schenkel destacou que, historicamente, as exportações costumam ter início devagar, mas os estoques do ano passado, em que o Brasil liderou pela primeira vez a exportação global do produto, ajudaram a manter um bom ritmo e facilitaram o escoamento para mercados asiáticos e outros compradores.
No mercado internacional, os preços do algodão em Nova York, referência global, estão em níveis mínimos dos últimos quatro anos. Isso se deve, em parte, à expectativa de uma grande safra nos Estados Unidos, que podem recuperar a liderança nas exportações em 2024/25, após terem sido superados pelo Brasil em 2023/24.
Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o Brasil exportou 12,3 milhões de fardos, enquanto os EUA embarcaram 11,6 milhões. Para o próximo ano, o USDA projeta 13 milhões de fardos para os EUA e 12,5 milhões para o Brasil.
Para a próxima safra de algodão no Brasil, o presidente da Abrapa espera manter a área plantada. Ele ressaltou que já foram feitas fixações de contratos e planejamentos para a safra, que ocorrem 18 meses antes da colheita. A manutenção ou ampliação da área dependerá da viabilidade econômica e da recuperação dos preços das commodities.
Schenkel concluiu afirmando que, embora a manutenção da área de cultivo seja provável, uma expansão dependerá dos preços futuros.