23/08/2021 às 18h00min - Atualizada em 23/08/2021 às 18h00min

ONGs latino-americanas dizem que precisam de ajuda do Reino Unido para participar da CoP26

A Climate Action Network Latin America, maior rede de ONGs que atuam contra as mudanças do clima da América Latina, emitiu um comunicado pedindo a ajuda da presidência britânica da 26ª Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (CoP26) para participar do evento, previsto para ocorrer na cidade de Glasgow, em novembro.

O argumento principal é que as restrições de quarentena previstas para os países que estão na lista vermelha da covid-19 impõem “barreiras incomuns e intransponíveis” à maioria das ONGs da região. É um sinal amarelo da participação de entidades socioambientais latino-americanas no evento.

Segundo a atualização mais recente publicada pelo governo do Reino Unido, dos 20 países da América Latina, só estão fora da lista vermelha El Salvador, Guatemala, Jamaica e Nicarágua. Isso obriga os participantes dos demais países a cumprirem quarentena em hotéis indicados pelo governo britânico, que são caros.

“Os custos adicionais de quarentena impostos às nossas organizações são uma carga financeira desproporcional com a qual nos vemos impossibilitados de participar”, diz o comunicado.

As ONGs pedem que o governo honre sua promessa de prover as duas doses de vacinas aos delegados e a quem não puder se vacinar no país de origem em prazo viável para que participem do evento.

Outro ponto é que o governo do Reino Unido “elimine ou subsidie os custos adicionais de quarentena obrigatória” das pessoas que vêm de países da lista vermelha.

Elas requisita também garantia de cuidados médicos ou seguros-saúde aos delegados que venham a contrair covid-19 durante a CoP26. Pedem ainda que o governo do Reino Unido adie a conferência se não puder cobrir os custos adicionais necessários para que pessoas do hemisfério Sul possam participar presencialmente do evento.

“As barreiras atuais à participação implicam que a maioria das organizações da CAN América Latina não teriam possibilidade de participar presencialmente do evento”, diz a nota.

O braço latino-americano da Climate Action Network tem 35 entidades socioambientais de 14 países da América Latina e do Caribe. Uma delas é o Observatório do Clima, com 66 organizações no Brasil como a WWF-Brasil, a Apib, o Imazon e o Imaflora.

O britânico Alok Sharma, presidente da CoP26, em visita ao Brasil recentemente, voltou a dizer que o Reino Unido quer fazer uma conferência inclusiva e presencial.

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