O dólar comercial opera perto da estabilidade nesta segunda-feira, com viés de queda. A melhora do apetite por risco no exterior divide espaço com a cautela local, que também pressiona outros mercados domésticos. Às 16h14, a moeda americana declinava 0,16%, a R$ 5,3717.
No exterior, uma redução, na margem, dos temores de que o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, possa anunciar a redução do ritmo de compras de ativos ajuda a moeda americana a ceder parte dos ganhos registrados recentemente, em especial contra os pares desenvolvidos. O índice DXY da ICE cedia 0,56%, aos 92,97 pontos.
“Em nossa avaliação, Powell não tem incentivos para chacoalhar o barco e, portanto, irá evitar abrir as portas para um ‘taper’ [redução das compras] na sexta-feira”, escrevem analistas do Wells Fargo. “O mercado deverá ler isso como um sinal ‘dove’ [inclinado à manutenção dos estímulos]. Até porque, com covid-19 obrigando o Fed a tornar o evento virtual, soar mais duro se torna uma tarefa mais difícil.”
No Brasil, a dinâmica política local permanece atrapalhando o ajuste do real. Embora reconheça que o real continua barato e que as altas da Selic podem trazer novo impulso de apreciação, o Bank of America permanece cauteloso dados os riscos fiscais. Atualmente, o banco americano não tem recomendações sobre a moeda brasileira.
Tudo somado, o BofA mantém sua projeção para o dólar terminando o ano em R$ 5,00. Além da Selic maior, as transações correntes dão suporte à avaliação da moeda. Por outro lado, os ruídos fiscais e eleitorais, bem como uma menor expectativa para o Investimento Direto no País (IDP) este ano - que passou de US$ 60 bilhões para US$ 50 bilhões -, atuam no sentido contrário.