23/08/2021 às 16h00min - Atualizada em 23/08/2021 às 16h00min

Juro real alcança maior nível em quase três anos

O salto das taxas de mercado diante do estresse em torno da situação fiscal e da continuidade das pressões inflacionárias deu impulso ao juro real, que atingiu o maior nível desde outubro de 2018 na semana passada. Cálculos do Valor Data a partir dos contratos de swap de juro de 360 dias e das expectativas de inflação de um ano apontam que a taxa de juro real ex-ante subiu a 3,61% na última quinta-feira.

O movimento vem após a disparada nos juros futuros na semana passada. “A percepção de uma deterioração mais ampla na combinação de políticas levou a um aperto financeiro significativo”, observa a economista-chefe para Brasil do J.P. Morgan, Cassiana Fernandez. Em relatório enviado a clientes, a profissional observa que as indicações recentes de uma mudança para uma política fiscal mais expansionista têm sido contraproducentes, “pressionando a política monetária e pesando sobre as perspectivas de crescimento para 2022”.

No Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira, as estimativas do mercado para a Selic se mantiveram inalteradas em 7,5% tanto no fim deste ano quanto em 2022. Há uma percepção crescente entre os agentes, porém, de que o juro básico pode ter de subir anda mais, dada a deterioração nas expectativas inflacionárias de médio prazo. A mediana das projeções do mercado para o IPCA de 2022 voltou a subir e passou de 3,90% para 3,93%.

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