Os produtores de soja do Sul do Brasil enfrentam desafios constantes, como estiagem, excesso de chuva, ciclones e alagamentos. Este ano, com a chegada do fenômeno La Niña, que traz precipitações irregulares e em volumes baixos, os agricultores precisam redobrar a atenção na escolha das cultivares de soja para a safra 2024/25.
Fernando Arnuti, consultor de Desenvolvimento de Produto da TMG, destaca que dois pontos são fundamentais para minimizar os riscos de perda de produtividade: a escolha da cultivar mais apropriada e o escalonamento da época de semeadura. "Essas estratégias são essenciais para enfrentar as adversidades climáticas e garantir uma safra produtiva", afirma Arnuti.
Ciclo da Soja
A escolha da cultivar de soja deve considerar o grupo de maturação relativa (GMR), que indica a duração do ciclo de desenvolvimento da planta. No Sul do Brasil, as cultivares com GMR entre 4,9 e 6,7 são recomendadas. Arnuti explica que cultivares com maior GMR são mais apropriadas para anos de La Niña, pois têm um ciclo vegetativo mais longo, reduzindo o risco de déficit hídrico durante o enchimento de grãos.
Escalonamento de Semeadura
Além da escolha da cultivar, o escalonamento da época de semeadura é importante para modificar o ambiente de desenvolvimento da soja durante a estação de cultivo. "Ao escalonar a semeadura, o agricultor reduz a probabilidade de condições climáticas adversas nas fases críticas de germinação/emergência e floração/enchimento de grãos", comenta Arnuti.
A escolha da melhor cultivar deve considerar as características específicas de cada área plantada, incluindo tipo de solo, nível de fertilidade, presença de pragas e doenças, e média de produtividade. Segundo Arnuti, "a escolha baseada no relato de outros agricultores nem sempre é lucrativa; é preciso avaliar cada lavoura individualmente."