23/08/2021 às 16h00min - Atualizada em 23/08/2021 às 16h00min

Vice da Câmara sugere Rodrigo Pacheco para disputar a Presidência da República

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL-AM), sugeriu o nome do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para disputar a Presidência da República como solução intermediária em meio ao ambiente político polarizado do Brasil.

“Eu acho que os dois extremos têm diferenças na concepção de democracia. Mas a média do país não cabe nesses dois extremos e é esse país que precisa de um projeto moderado. Precisamos de alguém que possa representar isso e esse alguém pode estar aqui”, afirmou, referindo-se a Pacheco. Ambos participaram de convenção do sindicato patronal do setor da construção em São Paulo (Secovi), em São Paulo, sobre o mercado imobiliário. O evento, que teve início nesta segunda-feira (23), é presencial e termina amanhã.

Ramos disse também, durante palestra, que o momento exige “defesa intransigente da democracia” e que “não podemos brincar com isso, não tem ambiente no mundo para uma saída autoritária”, afirmou.

Pacheco passou o final de semana em São Paulo e manteve uma série de reuniões articuladas pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, que aposta em Pacheco para uma candidatura presidencial da terceira via.

Por sua vez, Pacheco deu um recado ao presidente Jair Bolsonaro ao defender a democracia durante o evento afirmando que patriotismo não se resume a vestir camisa verde-amarela. O parlamentar disse também que não discutirá sua pré-candidatura presidencial antes de 2022 para “evitar instabilidade”.

“Amor à pátria não é empunhar bandeira, vestir camisa amarela. É trabalhar duro para manter as instituições do nosso país e manter um ambiente de paz, é para isso que tenho lutado”, afirmou.

Questionado se será candidato a presidente, Pacheco disse que não quer tocar no tema antes de 2022 para evitar instabilidade.

“Devo dizer que o Brasil não precisa de candidatos, precisa de presidente que tenha compromisso com o país e possa uni-lo e respeitar a democracia e a república. Neste instante, tendo a responsabilidade de representar o congresso, o Senado, meu compromisso é com o país e não me permito tratar de eleições de 2022, sob pena de isso ser um fator de instabilidade. Isso será discutido no momento certo, e me posicionarei no momento oportuno.”

Impeachment

O presidente do Senado afirmou que vai encaminhar à Advocacia-Geral do Senado o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ajuizado por Bolsonaro na sexta-feira (27).

“A análise de pedido de impeachment de ministro do Supremo Tribunal Federal cabe à presidência do Senado. Eu pedirei para ouvir a Advocacia-Geral do Senado para que dê um parecer jurídico-técnico em relação a esse pedido, mas repito o que disse na sexta-feira: ao me deparar com a peça eu não antevi fundamentos fáticos jurídicos e políticos para haver seguimento do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado”, disse Pacheco.

Reforma administrativa

Pacheco afirmou que a reforma administrativa não pode “sacrificar” os servidores públicos. “Não podemos sacrificar servidor público e suas carreiras a título de uma reforma administrativa, nem fazer com que tenham decréscimos salariais.”

A proposta está em debate na Câmara e a previsão é que o relator, deputado Arthur Maia (DEM-BA), apresente entre quarta-feira (25) e sexta-feira (27) seu parecer.

Segundo Pacheco, a pandemia mostrou que “infelizmente perdemos a oportunidade de unir o Brasil, vimos a política de dividindo e a hostilidade. Mas a pandemia nos serviu para mostrar a efetividade do serviço público.”

O presidente do Senado disse que a reforma administrativa não pode seguir a lógica do Estado mínimo. “Não queremos que o estado brasileiro seja um estado mínimo. Cuidar só de saúde, segurança e educação a essa altura. Mas sim um estado em que as pessoas possam se auto governar e só recorrer ao estado em caso de necessidade.”

Coligações

Pacheco defendeu ainda a rejeição da volta das coligações proporcionais, ponto mais polêmico da PEC da reforma política aprovada este mês na Câmara.

"Em 2017, fizemos uma opção político-eleitoral. Com proibição de coligações e cláusula de barreiras. Vamos ter menos partidos políticos no Brasil e não podemos pretender mudar as regras do jogo", afirmou durante discurso na abertura da convenção.

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