O Fórum Nacional de Governadores aprovou, em reunião nesta segunda-feira, a criação do Brasil Verde, um consórcio que buscará ampliar a articulação internacional dos Estados para fortalecer a gestão interna de projetos socioambientais. O consórcio terá um fundo único, ainda não criado, para qualificar os governos estaduais a conseguir recursos no exterior.
É mais um passo dos Estados para captar recursos externos sem o canal do governo Jair Bolsonaro. Os governadores buscam alternativas ao Fundo Amazônia, paralisado há dois anos por ação do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
A formação do consórcio foi a primeira medida aprovada em reunião de 23 governadores nesta segunda-feira. A adesão foi unânime.
A ideia partiu do governador Renato Casagrande (PSB-ES), que é o articulador do movimento Governadores pelo Clima. A estrutura de governança do consórcio foi apresentada por ele e outros seis governadores a John Kerry, enviado especial de clima da Casa Branca, em reunião virtual em julho.
“O consórcio será gerenciado pelo conselho dos Estados, com um fundo único para podermos nos apresentar de forma transparente junto às instituições internacionais”, disse Casagrande. “É um passo importante de articulação”.
Em vídeo divulgado pela assessoria do governador, ele disse que o Brasil Verde “foi criado para buscar recursos para financiar bons projetos de redução de emissões, projetos para incentivar energia renovável e obras de adaptação”. “Mudança climática é um tema importante para o Brasil, e os Estados querem ajudar o país a alcançar suas metas”, afirmou.
A governança do consórcio foi desenhada para ter o fundo ligado à Assembleia Geral dos Governadores pelo Clima. A assembleia terá um conselho de administração e outro consultivo, além de assessoria jurídica. Abaixo do conselho de administração haverá um núcleo de controle interno e externo, outro de assuntos internacionais e uma diretoria de planejamento e portfólio de projetos.
Governadores de todas as regiões do país participaram do encontro com Kerry. Eles apresentaram seus projetos socioambientais prioritários. O movimento dos Governadores pelo Clima espera se reunir com representantes de outros países, blocos econômicos e organizações internacionais.