O dólar registra uma sessão de instabilidades, após iniciar em queda contra o real. Perto de 12h30, o dólar comercial aumentava 0,36%, para R$ 5,3995 no mercado à vista.
“O dólar está começando a semana com um tom suave”, diz o Brown Brothers Harriman. “Todos os olhos estão voltados para o Simpósio Econômico de Jackson Hole do Federal Reserve [Fed, o banco central americano] de Kansas City no final desta semana”, afirma o banco, citando que alguns agentes de mercado esperam que o presidente Jerome Powell faça um anúncio explícito sobre a redução de compra de ativos (“tapering”).
No mercado de juros futuros, as taxas até iniciaram os negócios em queda, mas mudaram de direção, ponderando o cenário de pressões inflacionárias à frente e os riscos fiscais e políticos domésticos.
O juro do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 subia de 6,70% no ajuste anterior para 6,735%, e o do DI para janeiro de 2023 avançava de 8,40% para 8,55%. Além disso, o do contrato para janeiro de 2025 tinha alta de 9,56% para 9,79% e o do DI para janeiro de 2027 variava de 10,00% para 10,24%.
Do ponto de vista econômico, o dia é de agenda esvaziada, valendo citar apenas a nova alta na mediana das projeções do Boletim Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2021, de 7,05% para 7,11%. O ponto-médio das estimativas para IPCA em 2022 aumentou de 3,90% para 3,93%, reforçando as preocupações inflacionárias dos agentes de mercado. Na próxima sexta, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anuncia a bandeira tarifária para o mês de setembro, que deve seguir na cor vermelha nível 2.
Os riscos locais também devem permanecer no radar dos agentes, com os ativos domésticos repercutindo a decisão do presidente Jair Bolsonaro na sexta-feira de apresentar ao Senado o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A promessa de entregar um segundo pedido, desta vez contra o ministro Luís Roberto Barroso, mantém elevada a temperatura em Brasília, sem sinais de arrefecimento da crise institucional.
No Legislativo, o foco está no encaminhamento da pauta da reforma administrativa e dos ajustes na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, de modo a não ameaçar o teto dos gastos. Já a proposta da reforma do Imposto de Renda (IR) segue sem consenso.