​Volume de carne bovina cresce no Brasil no 'fim da safra do boi'

Aumento na oferta interna contrasta com queda de preços; analistas preveem melhora na demanda externa no segundo semestre

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O volume de carne bovina disponível no mercado interno do Brasil aumentou de abril para maio, período conhecido como "fim da safra do boi". Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), 613,54 mil toneladas de carne estiveram disponíveis no atacado nacional em maio, um aumento de 11,6% em relação a abril.
 
No balanço do ano, de janeiro a maio, a disponibilidade interna atingiu cerca de 2,972 milhões de toneladas, a maior para o período desde 2018.

Apesar do aumento na oferta, os preços do boi gordo caíram ao longo do ano. O indicador do boi gordo Cepea/B3 recuou 12,36% de janeiro a junho, de R$ 249,65 para R$ 218,79.
 
O analista de proteína animal da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, destaca que a queda dos preços no primeiro semestre era esperada devido à elevada oferta. No entanto, ele prevê uma melhora nos indicadores de demanda no segundo semestre, tanto no mercado interno quanto no externo.

A desvalorização do real, com o dólar em torno de R$ 5,40 a R$ 5,50, é vista como um fator que pode impulsionar as exportações brasileiras. Iglesias explica que a valorização do dólar torna o produto norte-americano menos competitivo e favorece as exportações brasileiras. “Essas questões que envolvem demanda, mesmo em um ano de confinamento recorde, levam a crer num preço um pouco mais firme no segundo semestre, ainda que sem espaço para altas explosivas, devido à oferta controlada e significativa”, afirmou.
 
Com a expectativa de uma demanda mais aquecida no segundo semestre, há um otimismo moderado entre os analistas. A forte oferta disponível pode limitar aumentos substanciais nos preços, mas a desvalorização cambial e o interesse crescente de outros países na carne bovina brasileira são fatores que prometem uma possível virada no mercado.