14/06/2024 às 09h27min - Atualizada em 14/06/2024 às 09h27min
La Niña com 65% de chance de ocorrência de julho a setembro, alerta órgão dos EUA
Previsão indica mudança climática com impactos globais e regionais significativos
- Da Redação, com MoneyTimes
Foto: reprodução O padrão climático La Niña, caracterizado por temperaturas frias no Oceano Pacífico, tem 65% de probabilidade de se desenvolver entre julho e setembro deste ano, conforme informou um especialista do Centro de Previsão Climática (CPC) do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA nesta quinta-feira.
Espera-se que a transição da fase neutra atual para o padrão La Niña persista durante o inverno do hemisfério norte de 2024/25, com uma probabilidade de 85% entre novembro e janeiro, de acordo com a previsão mensal do CPC. Este ciclo, que alterna entre El Niño, La Niña e fases neutras, usualmente dura de dois a sete anos e pode resultar em uma série de eventos climáticos extremos, incluindo incêndios florestais, ciclones tropicais, enchentes e secas prolongadas, impactando agricultores globalmente.
Segundo Bill Weatherburn, economista sênior de clima e commodities da Capital Economics, regiões geograficamente concentradas são mais suscetíveis a aumentos de preços durante condições climáticas adversas, embora os efeitos nos preços globais do trigo e do milho possam ser mitigados.
O La Niña está associado a climas quentes e secos no Meio-Oeste dos EUA, Ásia Oriental e partes da América do Sul, enquanto regiões como África do Sul, sul e sudeste da Ásia podem se beneficiar de um aumento na precipitação, embora enfrentem riscos de inundação, conforme explicou Chris Hyde, meteorologista da Maxar.
A mudança de El Niño para La Niña também pode influenciar significativamente a Índia, prevendo-se uma monção mais úmida, embora o fenômeno IOD (Indian Oscillation Dipole) possa moderar essa influência. Eventos IOD positivos tendem a aumentar a umidade durante a estação de verão, enquanto eventos negativos resultam em condições mais secas, explicou Jason Nicholls, meteorologista internacional líder da AccuWeather.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) e a agência meteorológica do Japão corroboraram as previsões de transição para La Niña este ano, destacando a importância de monitorar a intensidade e os efeitos temporais desse fenômeno global.