20/08/2021 às 14h00min - Atualizada em 20/08/2021 às 14h00min

Dólar ensaia correção, mas ainda sobe mais de 2% na semana

Após passar os últimos pregões sob forte pressão, refletindo questões locais, como a incerteza fiscal e política, ou o mau humor no exterior, o mercado de câmbio tenta aparar excessos nesta sexta-feira. Em linha com os demais ativos domésticos, o real chegou a abrir o dia pressionado, mas acabou entrando em modo correção no fim da manhã.

Por volta das 13h30, a moeda americana caía 0,61%, a R$ 5,3889. Dessa forma, ela acumula alta de 2,7% na semana contra o real, a maior entre as 33 divisas mais líquidas do mundo no período.

"Os últimos dias foram muito feios, o câmbio está devolvendo a alta agora, o que é um processo natural", comenta um profissional de mercado. Ainda assim, ele diz ser difícil prever até onde o ajuste pode ir, uma vez que vários pontos de preocupação dos agentes financeiros continua em suspenso, à espera de definição.

Uma delas é a reforma tributária. Após o projeto de reforma do Imposto de Renda (IR) subir no telhado na quarta-feira, o governo acenou com uma parada de arrumação e chamou inclusive um encontro com a oposição para discutir o tema. O gesto irritou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para quem esse tipo de negociação deveria passar por ele. Diante disso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou a reunião.

No exterior, a cautela dos agentes também parece ter arrefecido em meio a sinalizações positivas como a recuperação do preço do minério de ferro, que subiu 5,9% hoje na China. Esse alívio também pode ser visto no comportamento do dólar globalmente. Após passar os últimos pregões se fortalecendo contra praticamente todos os demais pares, ele registra um desempenho misto no encerramento da semana.

O bom desempenho recente do dólar, inclusive, intriga alguns analistas, dado que indicadores como o sentimento de Michigan e o Empire State tiveram leituras negativas nos últimos dias. Para estrategistas do Commerzbank, o aparente descompasso pode ter duas razões.

"Primeiro, o mercado pode estar enxergando os dados não como o início de uma queda da atividade, mas uma normalização da economia. Depois, mesmo com a aparente desaceleração, o Federal Reserve [Fed, banco central americano] parece manter em curso a ideia de começar a reverter a política monetária ultra expansionista adotada em resposta à crise", dizem os profissionais banco alemão.

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