03/06/2024 às 08h42min - Atualizada em 03/06/2024 às 08h42min
FEDERASUL estima mínimo de R$ 110 bi para reconstrução do RS
Cenário pessimista pode aumentar custo para até R$ 176 bi, prevê entidade que apresentou estudo sobre impactos dos desastres climáticos no Estado
- Da Redação, com Notícias Agrícolas
Foto: reprodução A FEDERASUL (Federação de Empresas do Estado do Rio Grande do Sul) apresentou um estudo detalhado sobre os impactos das enchentes recentes no estado. De acordo com os cálculos divulgados pelo vice-presidente e coordenador da divisão de Economia da entidade, Fernando Marchet, a necessidade de investimentos para reconstruir a infraestrutura perdida devido à catástrofe varia entre R$ 110 e R$ 176 bilhões.
O relatório, preparado pela equipe da Bateleur, empresa da qual Marchet é CEO, foi apresentado em reunião de integração da FEDERASUL. Os dados levaram em consideração informações históricas do Governo Federal, estimativas de mercado com base em infraestrutura e dados do Fundo Monetário Internacional.
Marchet também apresentou o impacto das enchentes em todas as áreas da economia gaúcha, como pecuária e agricultura, embora acredite que os prejuízos totais ainda não tenham sido totalmente contabilizados devido à falta de dados consistentes em alguns setores.
O estudo da FEDERASUL aponta que, nos últimos 30 anos, cerca de 20% dos prejuízos nacionais com desastres climáticos estão concentrados no Rio Grande do Sul, o que representaria cerca de R$ 100 bilhões. Ou seja, o custo de reconstrução do estado após as chuvas deste ano ultrapassa o total gasto nas últimas três décadas.
Segundo Marchet, a catástrofe climática vai frear drasticamente o avanço da economia gaúcha, com a projeção de crescimento caindo de 4% para -0,77%. Em um cenário pessimista, essa queda pode chegar a -2%.
O especialista também afirmou que o cenário empresarial de acesso ao crédito para reconstrução é difícil, uma vez que muitas das garantias que as empresas davam para os bancos estão "literalmente embaixo d'água". Ele também apontou uma tendência de aumento do endividamento das empresas afetadas pelas enchentes.
Marchet ressaltou que as medidas adotadas pelo governo federal ainda são insuficientes para a reconstrução do que foi destruído pelas chuvas, uma vez que a maior parte dos valores contempla pessoas físicas através de benefícios financeiros e a suspensão do pagamento da dívida estadual, o que não ajuda a reconstruir a infraestrutura do estado.