20/08/2021 às 10h27min - Atualizada em 20/08/2021 às 10h28min

Grupos médicos esperam liberação de plantio de cânhamo e “cannabis” no Brasil

Os fabricantes de produtos de produtos à base de “cannabis” (cânhamo ou maconha) querem se instalar no Brasil. Os motivos são óbvios: o tamanho do mercado nacional para os medicamentos derivados e a possibilidade de autorização para o plantio em território brasileiro que está sendo regulamentado por projeto de Lei no Congresso.

O Brasil tem uma faixa de consumidores dos medicamentos à base de “cannabis” entre 10 a 13 milhões de pessoas. As maiores empresas do ramo, a Clever Leaves (Colômbia) e Canopy Growth (Canadá) já atendem a esse mercado com produtos importados. O início da discussão sobre o plantio começou após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar em 2019 a importação dos medicamentos.

Caso o Brasil autorize o cultivo de cânhamo e “cannabis”, calcula-se que entre 4 a 5 anos nasça um segmento industrial muito forte como aconteceu em outros países, o mais próximo, a Colômbia.

José Bacellar, fundador da empresa VerdeMed do Canadá, disse ao site de economia Infomoney que “em 2025, gostaria de plantar cânhamo no sertão de Pernambuco”, referindo-se a um estado onde se cultiva a planta ilegalmente. O projeto de Lei que pode autorizar o plantio foi apresentado em junho. Ele tramita.

O projeto tem um longo caminho pela frente. Primeiro, pode ser votado apenas na Comissão da Câmara e seguir para o Senado ou receber assinaturas para ser votado no Plenário da Câmara Federal. Depois, tem que passar pelo Senado. Mas seu maior inimigo é o presidente Jair Bolsonaro, que pode vetá-lo. Por outro lado, a bancada agrícola da Câmara pode convencer o presidente que é apenas mais uma commodities para a indústria química.


Vale da Cannabis

Em Viçosa, Minas, a Universidade Federal pesquisa plantas resistentes ao nosso clima. Caso o projeto seja sancionado, a expectativa é que o Brasil se transforme num grande produtor e exportador de cânhamo e cannabis.

O Infomoney ouviu Sérgio Rocha, diretor da startup de cannabis Adwa. Suas contas indicam que o pais tem uma área de 3 milhões de quilômetros quadrados vocacionados para a cultura.

O infomoney revela que “usando apenas uma porção insignificante da área potencial, o Brasil poderia facilmente ultrapassar a China – o maior produtor mundial de cânhamo –, que o cultiva em cerca de 670 quilômetros quadrados”.

Dennys Zsolt, agrônomo especializado na planta, diz que “usar uma parte das terras agrícolas do Brasil seria o suficiente para dar ao país o título de maior produtor e exportador mundial de fibras, sementes e flores de cânhamo para fins medicinais e industriais”.

A Cannabis sativa L, a espécie utilizada para o lazer, tem o cultivo proibido. O cânhamo contém 0,3% de produtos psicoativos (THC), mas os outros 97% da planta são matéria prima de remédios, alimentos, fibras e outro produtos industriais.

Especialistas acentuam que o cânhamo contém CBD ou canabidiol, composto útil no tratamento de problemas de saúde como a epilepsia infantil.

O Infomoney diz em seu texto que “o cultivo da cannabis no Brasil lançaria as bases para uma indústria verticalmente integrada. Com suprimento estável de matéria-prima, as empresas poderiam pesquisar, desenvolver e fabricar mais produtos feitos com a planta. Isto fomentaria o crescimento de um mercado de varejo e as exportações de produtos acabados. A maconha recreativa permaneceria ilegal, crê.

Gabriela Cezar, presidente-executiva do banco de investimentos Panarea Partners, acredita que o Brasil tem potencial para ser o “epicentro da produção mundial de cânhamo”. Tem empresa em produzir medicamento à base de cânhamo para pets. É a Panarea.


(Da Redação, com informaões do Infomoney)


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