O dólar comercial oscila acima do patamar de R$ 5,40 na tarde desta quinta-feira, reagindo a uma piora do ambiente para tomada de risco no exterior, onde uma combinação de fatores mantém aceso o modo cautela, levando a uma derrubada do preço de commodities e maior demanda pela proteção da moeda americana.
Por volta das 15h45, o dólar subia 1,06%, a R$ 5,4310. No mesmo horário, ele avançava 0,80% ante o peso mexicano, 0,62% na comparação com o rublo russo e 2,21% frente ao rand sul-africano.
“Existe essa preocupação com os efeitos da variante delta da covid-19, a sinalização de que o Federal Reserve [Fed, banco central americano] pode iniciar de fato a redução da compra de ativos ainda este ano, e a queda commodities. Esse receio no exterior acaba gerando um ambiente de incertezas onde o dólar acaba se apreciando no curto prazo”, nota o chefe de renda variável da Zahl Investimentos, Flavio Oliveira. “Somado a isso, temos as nossas questões domésticas.”
Apesar de ainda tenso e sem respostas para as principais perguntas do mercado financeiro, o cenário local começa a dar sinais de alguma redução de temperatura. Após insultar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro pediu hoje um “diálogo” com Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Apesar do gesto, Bolsonaro disse que sua voz “continuará sendo usada”.
O presidente reconheceu ainda o elo entre a tensão política e o comportamento da moeda americana, que traz reflexos para a economia e a população. "Toda vez que há um problema, se mexe com o dólar. Se mexe com o dólar, mexe com o preço do combustível, tem inflação, tem dor de cabeça para todo o povo. Em especial , o mais pobre", disse. "É muito pedir um diálogo, que da minha parte nunca vou fechar as portas para ninguém?"