A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid aprovou nesta quinta-feira as quebras de sigilo fiscal do advogado Frederick Wasseff, que representa membros da família do presidente Jair Bolsonaro, e do líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR).
O objetivo da quebra é saber se o advogado dos Bolsonaros teve alguma participação em negociações para a compra de vacinas pelo governo federal. Barros também é suspeito de intermediar a venda de imunizantes ao Ministério da Saúde.
Senadores pediram à Receita Federal a relação de empresas das quais Barros e Wassef participaram nos últimos cinco anos, incluindo eventuais sociedades anônimas.
A CPI também aprovou a quebra de sigilo fiscal e financeiro de influenciadores e blogueiros bolsonaristas. A decisão tem o objetivo de identificar os financiadores dos veículos, que espalharam informações falsas sobre a pandemia.
Solicitadas pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), as quebras foram contestadas por integrantes governistas da CPI, que veem cerco à liberdade de expressão.
Após uma longa discussão, os pedidos do relator foram votados separadamente e o grupo majoritário aprovou as quebras de sigilo. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já determinou que as plataformas digitais deixem de monetizar o conteúdo de alguns desses veículos.