O mercado brasileiro de arroz continua a enfrentar desafios, com a oferta limitada e os preços permanecendo robustos, especialmente na região sul do país. O analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, destaca que as condições climáticas, principalmente no Rio Grande do Sul, têm impactado o ritmo da colheita.
O último levantamento da Emater/RS ressalta que as chuvas persistentes têm retardado a perda de umidade dos grãos nas lavouras, atrasando o início da colheita, especialmente nas primeiras horas do dia. O acamamento de plantas e o acúmulo de barro estão adicionando desafios extras aos operadores, tornando a retirada dos grãos das lavouras mais difícil e dispendiosa. Além disso, as chuvas prolongadas têm estendido o período de colheita em algumas áreas, aumentando o risco de perdas de qualidade devido aos ciclos repetidos de umedecimento e secagem.
Atualmente, mais de 70% da área cultivada já foi colhida, enquanto 28% estão em fase de maturação e 2% ainda estão em enchimento de grãos.
No varejo, os preços estão sendo ajustados de acordo com a dinâmica de oferta e demanda. Oliveira destaca que, para manter os preços nas prateleiras, o varejo está realizando promoções de arroz branco, Tipo 1, em pacotes de 5 quilos, com valores entre R$ 23,00 e R$ 25,00 para marcas mais populares. No entanto, marcas de maior qualidade estão sendo comercializadas por valores superiores a R$ 30,00.
A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (com 58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista), principal referencial nacional, encerrou a quinta-feira (25) cotada a R$ 105,37, apresentando um avanço de 0,54% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve um aumento de 3,77%, e em relação ao mesmo período de 2023, o aumento foi de 19,91%.