A CPI da Covid ouve nesta quinta-feira o empresário Francisco Maximiano, dono da Precisa Medicamentos. O depoimento, adiado por várias vezes, é um dos mais aguardados pela comissão, mas Maximiano deve permanecer em silêncio na maior parte das respostas.
A Precisa era a representante local do laboratório indiano Bharat Biotech, responsável pela vacina Covaxin. A empresa chegou a assinar um contrato de R$ 1,6 bilhão com o Ministério da Saúde para a venda de 20 milhões de doses, mas o negócio foi desfeito.
Problemas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impediram a chegada dos primeiros lotes da vacina, em abril. Depois, as denúncias do servidor Luis Ricardo Miranda acabaram inviabilizando a continuidade do contrato.
Miranda afirmou à CPI que estava sendo pressionado por um diretor do Ministério da Saúde para agilizar a liberação da documentação da Covaxin. Também denunciou uma suposta tentativa de pagamento antecipado, o que viola o contrato.
O dono da Precisa já apareceu em outros escândalos envolvendo o Ministério da Saúde. Uma outra empresa dele, a Global, assinou um contrato para o fornecimento de medicamentos à pasta, mas não entregou. Maximiano responde na Justiça.
Ele chega à CPI amparado por um habeas corpus obtido no Supremo Tribunal Federal (STF). Com base nisso, deve responder poucas perguntas dos senadores, na mesma linha do que fez no dia anterior o advogado da empresa, Túlio Silveira.