12/02/2024 às 14h26min - Atualizada em 12/02/2024 às 14h26min
Safras revisa para baixo moagem da cana-de-açúcar no Brasil para 650 mi t em 2024/25
Chuvas escassas afetam projeções, mas produção de açúcar ainda se mantém estável
- Da Redação, com Safras & Mercado
Foto: Divulgação - Unica A SAFRAS & Mercado divulgou um segundo ajuste em suas estimativas para o volume de moagem de cana-de-açúcar na temporada 2024/25, reduzindo a projeção para 650 milhões de toneladas. Esse é o segundo corte consecutivo, refletindo as condições climáticas adversas nos canaviais do Centro-Sul do Brasil.
Desde a primeira estimativa em dezembro de 2023, que apontava 670 milhões de toneladas, a previsão sofreu um declínio progressivo. Em janeiro de 2024, o primeiro ajuste reduziu o número para 660 milhões de toneladas, seguido agora em fevereiro por mais uma redução para 650 milhões de toneladas.
Maurício Muruci, consultor da SAFRAS & Mercado, atribui esse ajuste às chuvas escassas na região, registrando um déficit entre 13% e 17% em relação à média desde dezembro de 2023. Essa falta de precipitação persistiu ao longo de janeiro e agora, segundo os dados climáticos mais recentes, também se estende a fevereiro de 2024.
Apesar desses cortes, Muruci destaca que os volumes finais da temporada 2024/25 devem se equiparar aos da temporada anterior, com uma produção de açúcar ligeiramente maior em 0,47%. Isso se deve aos preços favoráveis no mercado internacional e ao alto volume de fixação prévia da safra futura, mantendo as usinas focadas na produção da commodity para atender aos contratos de exportação.
No entanto, a produção de etanol hidratado e anidro deve ser impactada negativamente, com reduções esperadas de 1,18% e 2,54%, respectivamente. Isso ocorre devido aos estoques elevados de entressafra, que não poderão ser escoados antes do início da próxima temporada, levando as usinas a reduzirem os preços no mercado físico para competir por uma fatia maior de mercado.
Em janeiro, as exportações brasileiras de açúcar e outros melaços renderam uma receita diária média de US$ 76,817 milhões, com um volume médio diário de exportações de 145,565 mil toneladas. Esses números representam um aumento expressivo em relação a janeiro de 2023, tanto em valor quanto em volume, impulsionados pelos preços mais altos no mercado internacional.