Após flertar com a queda no Brasil no final da manhã, o dólar comercial ensaia se firmar em alta leve no Brasil, ainda repercutindo a leva de dados negativos de importantes economias no exterior, que colocou praticamente todos os mercados em modo defensivo.
Por volta das 16h10, a moeda americana subia 0,50%, a R$ 5,2721. No mesmo horário, ela avançava 0,17% ante o peso mexicano, 1,09% contra o rand sul-africano e 0,14% contra o rublo russo, mas cedia 0,62% frente à lira turca.
Operadores de mercado não souberam precisar um motivo claro para o movimento. Um deles notou que o índice DXY, que mede o desempenho da moeda americana contra uma cesta de pares desenvolvidos, também passou a apresentar alta esta tarde, o que acabou por enfraquecer outras divisas emergentes, como o real.
Em um momento em que as discussões sobre um possível anúncio da retirada de estímulos pelo Federal Reserve tira atratividade das moedas emergentes em geral, o real parece especialmente vulnerável por causa dos temores sobre o arcabouço fiscal local. Os modelos quantitativos direcionais do Morgan Stanley, por exemplo, passaram a apontar a moeda brasileira, juntamente com o rand sul-africano, como os ativos "preferidos" para apostar na desvalorização.
"O real é agora um dos preferidos para montar posição vendida à medida em que os componentes do mercado de ações e de termos de troca passaram apontar para o negativo. A maior parte da deterioração parece vir da percepção de que uma barbeiragem fiscal permanece um grande risco", escreve o estrategista do banco, Andres Jaime.