O presidente da empresa de viagens CVC, Leonel Dias de Andrade Neto, disse que a empresa já conseguiu retomar em agosto mais de 90% das vendas domésticas na comparação com igual período de 2019 – quando a pandemia não era um problema.
“Tivemos um trimestre não satisfatório, sou o primeiro a reconhecer isso. Mas vamos melhorar bastante”, disse. O grupo fechou o trimestre com prejuízo líquido de R$ 176,2 milhões, queda nas perdas de 20,4% na comparação com o prejuízo de R$ 221,4 milhões de igual trimestre de 2020.
No geral, os resultados ainda são influenciados pela pandemia, embora os executivos sinalizem recuperação.
“No segundo trimestre tivemos uma venda muito forte no doméstico. Acredito em segundo semestre muito bom, com retomada forte”, disse, durante conferência com analistas.
“O terceiro trimestre seguramente vai ser o melhor trimestre desde a pandemia, superando até o quarto trimestre do ano passado. Tudo que a gente está vendendo está com ‘take rate’ muito positivo”, disse.
O executivo ainda saudou os movimentos do Banco Central no Brasil na direção de controlar a inflação. “O pior cenário para o negócio é inflação descontrolada. Isso sim é o pior tormento no ponto de vista da empresa ou de clientes”, disse, ao responder questionamento de analistas sobre o impacto negativo da alta na taxa de juros sobre o negócio.
Na Argentina, o executivo destacou que a empresa está conseguindo um retorno uma vez que os argentinos não estavam impedidos de entrar nos Estados Unidos.
“Os voos entre Buenos Aires e Estados Unidos saíram muito cheios. Os argentinos de alta renda, de modo geral, todos se vacinam nos Estados Unidos”, disse, ao citar o chamado turismo da vacina.
“Estou confiante que a gente vai ter na Argentina talvez um negócio menor no sentido de distribuição, mas bem mais sustentável no futuro. Depois de abrir o fluxo de Brasil e Argentina, vamos ser a empresa mais bem posicionada”, disse.
O executivo apontou ainda os planos do grupo na direção de uma CVC mais tecnológica. Em outubro, o grupo espera começar as inaugurações do seu novo modelo de loja. “Principal investimento e foco nossos são criar relação digital com o cliente”, disse.
A empresa chegou ao fim do segundo trimestre com 22 milhões de clientes contatáveis de forma digital. A ideia, segundo o executivo, é alcançar 40 milhões de clientes digitalmente no futuro. “Esses 22 milhões de clientes agora são exclusivamente no B2C. Agora vamos começar a conhecer os clientes B2B, que é um negócio tão grande quanto. O número de crescimento futuro é bastante factível”, disse.