Projeções do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o mercado brasileiro de carne bovina em 2024 indicam uma continuidade no fortalecimento das exportações e uma possível recuperação na demanda interna. Todavia, é a oferta que se destaca como fator chave para possíveis oscilações nos preços da arroba e da carne ao longo do ano.
Os pesquisadores ressaltam a consolidação das vendas externas como impulsionadoras do desenvolvimento da pecuária nacional e como sustentação dos preços domésticos. A indústria brasileira se destacou por sua profissionalização no atendimento a clientes globalmente, ajustando-se aos diferentes gostos dos variados mercados e encontrando nos pecuaristas fornecedores de animais adaptados às exigências de cada região.
No âmbito doméstico, as expectativas apontam para uma inflação mais controlada e um crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB). Tais condições macroeconômicas podem resultar em um discreto aumento na demanda por carne bovina. Cálculos do Cepea indicam alta de 1,79% no consumo de carne bovina in natura ao longo do ano, um avanço considerado positivo diante do declínio do consumo interno observado em anos anteriores.
A análise sugere que reduções nos preços podem impulsionar as vendas no varejo. Ou seja, uma desvalorização da arroba pode potencialmente melhorar o consumo. Entretanto, em relação à oferta, a sazonalidade anual prevê um aumento no volume disponibilizado, principalmente a partir de março, exercendo pressão sobre os valores.
Ainda, a análise aponta que, no primeiro semestre de 2024, um reforço no volume de animais destinados ao abate deve ser regostrado, especialmente de vacas que não emprenharam no ano anterior, o que poderá aumentar a oferta e impactar os preços no mercado interno.