A bolsa brasileira abriu o pregão em queda, com a aversão ao risco local por causa dos ruídos políticos sendo potencializada pela queda dos ativos no exterior, após dados fracos sobre a atividade econômica na China. As perdas nas ações correlacionadas às commodities pressionam o Ibovespa, mas os ganhos exibidos pelas ações de bancos servem de contrapeso.
Perto das 10h30, o Ibovespa caía 0,50%, aos 120.587 pontos, tendo recuado até os 120.448 pontos, na mínima até então. Entre as commodities, o petróleo cai quase 3%, digerindo a situação no Afeganistão após a retirada de tropas dos Estados Unidos, enquanto o minério de ferro subiu na China (Qingdao e Dalian), apesar dos números abaixo do esperado sobre a indústria e o varejo.
Para as analistas Wei Yao e Michelle Lam, do Société Générale, os dados decepcionantes de julho servem de motivo para uma flexibilização adicional na China, não apenas por parte do Banco Central do país (PBoC). “Esperamos agora um corte de 0,10 ponto percentual na taxa de juros de referência, mas isso pode não ser suficiente para estabilizar o crescimento econômico rapidamente, afirmam, em comentário.
Em reação, as ações correlacionadas às commodities e exportadoras de matérias-primas figuram entre os destaques negativos do Ibovespa: CSN ON caía 3,19%, seguida por Usiminas PNA (-3,03%). Vale ON, por sua vez, recuava 0,98%.
Segundo a equipe de pesquisa econômica do Julius Baer, os indicadores econômicos chineses mostraram também a queda mais acentuada na produção de aço em mais de uma década. “Isso pesou sobre a demanda de minério de ferro das siderúrgicas e fez os preços despencarem”, afirma o banco suíço.
Ainda entre as ações brasileiras, Petrobras tinha quedas de 1,57% e -1,26% nas ações ON e PN, respectivamente, na outra ponta, Itaú Unibanco PN ganhava 0,71%, Santander Units crescia 0,66%, enquanto Bradesco PN oscilava em alta de 0,04%. Já no topo do ranking de maiores altas, estava Ultrapar ON (+3,01%), após o anúncio de venda da Oxiteno para o Grupo Indorama por US$ 1,3 bilhão.