07/12/2023 às 10h49min - Atualizada em 07/12/2023 às 11h05min
3ª previsão da Conab para safra 2023/24 indica queda para 312,30 milhões de t
POR ESTADÃO CONTEÚDO
ESTADÃO CONTEÚDO
São Paulo, 7 - A produção de grãos no Brasil na safra 2023/24, em fase de plantio, deve atingir 312,30 milhões de toneladas, volume 2,4% inferior ao obtido na temporada passada 2022/23 (319,97 milhões de t), mostra o 3º Levantamento de intenção de plantio, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira, 7. Em comparação com a pesquisa do mês anterior, de 316,71 milhões de t, a queda é de 1,4% (4,41 milhões de t).
Segundo a Conab, a queda na estimativa de produção neste ciclo é explicada pela baixa ocorrência de chuvas e as altas temperaturas registradas nos Estados do Centro-Oeste, enquanto no Sul do País, principalmente no Rio Grande do Sul, pelo excesso das precipitações. Essas condições climáticas adversas afetaram o desenvolvimento de importantes culturas, como soja e trigo.
O diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, disse em comunicado: "Estamos atentos e redobraremos o monitoramento das áreas produtoras. O comportamento do clima este ano é o fator mais determinante para as culturas que estão em plantio e em desenvolvimento, em virtude do El Niño. Além disso, os atrasos no plantio da soja abre incertezas para o milho 2ª safra".
O clima tem trazido impacto para a soja, principal cultura cultivada no País. O plantio da oleaginosa continua atrasado em todas as regiões produtoras. Em alguns Estados os trabalhos de plantio da cultura ficaram próximos aos da última safra, como Paraná e Mato Grosso.
Com a irregularidade climática há a sinalização de redução da produtividade nos Estados do Centro-Oeste. Em Mato Grosso as lavouras ainda apresentaram uma evolução satisfatória, mesmo com o pouco volume pluviométrico recebido. Já em Goiás, Minas Gerais, Matopiba e Rio Grande do Sul, a área semeada se encontra bem abaixo do ocorrido na safra 2022/23. No Rio Grande do Sul é devido ao excesso hídrico, e nas demais regiões é por conta da irregularidade ou falta de precipitações.
A estimativa de produção da soja nesta safra é de 160,18 milhões de toneladas, aumento de 3,6% em comparação com a safra anterior 2022/23 (154,61 milhões de t). Segundo a Conab, o clima ainda é um fator que pode influenciar neste resultado, principalmente quando ocorrem os estágios de floração e enchimento dos grãos. Os técnicos da Companhia continuarão acompanhando o desenvolvimento das lavouras a fim de verificar os impactos das condições climáticas no desempenho final.
Panorama semelhante é encontrado para o cultivo do milho 1ª safra. Os extremos climáticos, típicos de anos de influência do fenômeno El Niño, continuam a ocorrer nas regiões produtoras, atrasando o plantio do cereal. Neste primeiro ciclo de cultivo do grão, é projetada uma produção de 25,3 milhões de toneladas - queda de 7,5% em relação à safra anterior (27,37 milhões de t). Já a colheita total de milho está estimada em 118,53 milhões de toneladas, queda de 10,2% ante 2022/23 (131,95 milhões de t.
A produção de algodão em pluma deve alcançar 3,06 milhões de t, o que corresponde a uma queda de 3,5% em comparação com a safra anterior 2022/23 (3,17 milhões de t).
Importante produto para o abastecimento interno, o arroz tem previsão de alta na safra de 7,5%, podendo chegar a 10,79 milhões de toneladas. Conforme a Conab, o melhor resultado é influenciado pela maior área destinada ao produto bem como uma recuperação na produtividade. Ainda assim, o desenvolvimento da cultura, em especial no Rio Grande do Sul, principal Estado produtor, tem sido prejudicado pelas condições climáticas adversas. O excesso de chuvas tem provocado umidade excessiva no solo, o que impede a conclusão da semeadura e dificulta os tratos culturais.
Outro produto tradicional no consumo dos brasileiros, o feijão apresenta cenários diversos nas lavouras cultivadas nesta primeira safra pelo País, relatou a Conab. Em São Paulo as condições gerais, até o momento, são de bom aspecto fitossanitário.
Os efeitos das altas temperaturas e baixas precipitações foram amenizados pelo uso de irrigação. Já em Minas, esse cenário de calor e irregularidade de chuvas trazem impactos nas operações de instalação e de manejo das lavouras. Ainda assim, somadas as 3 safras da leguminosa a expectativa é de uma produção de 3,06 milhões de toneladas, leve aumento de 0,8% ante 2022/23 (3,04 milhões de t).
Nas culturas de inverno, os técnicos da Conab identificaram queda na produtividade em quase todos os produtos quando comparada com a safra anterior. Para o trigo, principal produto, as chuvas volumosas, ventanias, granizo, enchentes, muita nebulosidade e poucos dias com sol dificultam a conclusão da colheita no Rio Grande do Sul. O volume de produção está estimado em 8,1 milhões de toneladas.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO