09/11/2023 às 10h03min - Atualizada em 09/11/2023 às 10h03min

Redução do teor de umidade da soja pode gerar prejuízo de bilhões aos produtores

Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) busca prazo para debater a revisão do regulamento proposto pelo Mapa

- Da Redação, com Canal Rural
Foto: Freepik
A redução do teor de umidade da soja de 14% para 13% pode resultar em uma perda estimada de 1,8 milhão de toneladas do grão, equivalente a 30 navios Panamax. Considerando um preço médio de 120 reais por saca, essa diminuição representaria um prejuízo de cerca de 3,6 bilhões de reais.

Essa estimativa baseia-se na safra 2022/23, que totalizou 154,6 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A cada 1% de redução de água na massa da soja, ocorre uma perda de 1,15% de seu peso.

A discussão sobre essa questão surge após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) defender a revisão do Regulamento Técnico da Soja. Esse regulamento define critérios de classificação da soja em relação a requisitos de identidade, qualidade, amostragem, modo de apresentação e marcação ou rotulagem do grão e está em negociação há cerca de dois anos.

Entidades como a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) já manifestaram oposição a essa mudança. A CNA argumenta que é necessário compensar diretamente os produtores por essa alteração.

Ricardo Arioli, presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, reconhece os benefícios de reduzir o teor de umidade da soja para 13%. Pesquisas mostram que essa redução melhora a qualidade do grão armazenado, evitando o ataque de fungos e bactérias. Além disso, a logística pode se beneficiar com a diminuição da umidade, reduzindo os custos de frete em todo o Brasil.

No entanto, a CNA destaca que é essencial garantir que o produtor rural não seja prejudicado com essa mudança. A discussão envolve a necessidade de compensação no preço da soja que for entregue com umidade inferior a 14%.
A CNA busca um prazo de seis meses para discutir essa questão com toda a cadeia antes da publicação do Regulamento Técnico da Soja. Porém, até o momento, o Ministério indicou que não poderia adiar a decisão.

Ainda assim, Ricardo Arioli acredita que o Mapa não publicará o texto antes de permitir uma discussão adequada. As pessoas presentes em uma audiência pública no Mapa informaram que não têm o poder de adiar a revisão do padrão, mas o ministro Carlos Fávaro poderia fazê-lo. O ministro retornou ao Brasil de uma viagem internacional esta semana.

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